Procurando por passagens aéreas mais baratas

Se viajar é trocar a roupa da alma, eu diria que voar serve para a gente se despir do nosso atual estado de espírito e se preparar para as pequenas revoluções que nos acometem quando saímos do país. Eu sei que muitos odeiam a cerimônia que precede o ato de viajar (aquele combo clássico de planejamento + mala + avião) e que fariam de tudo para evitá-lo, mas tem um lado muito bonito nesse processo que nós, às vezes, ignoramos.

Na minha opinião, passar pela preparação das bagagens, pelo aeroporto e pelo voo em si consiste em uma espécie de ritual. É nesse momento que você realmente se dá conta de que seu desejo está se tornando realidade e pode ponderar suas expectativas e planos para o que está prestes a viver. Jack Kerouac, em seu “On The Road”, nos forneceu algumas palavras que poderiam muito bem descrever a experiência de estar no ar:

“Que sensação é essa de estar se afastando das pessoas até que delas, ao longe, na planície, você só consegue distinguir minipartículas, dissolvendo-se na vastidão do infinito? — é esse mundo gigante nos engolindo, é a despedida. Mas aí nós nos inclinamos para frente, rumo à nossa próxima aventura sob o céu.”

Mas enfim, divagações à parte, resolvi falar de um assunto anterior à viagem de avião propriamente dita: a compra de passagens. Como disse antes, a passagem aérea costuma ter preços um pouco salgados, por isso decidi fazer um guia de como procurar por tickets mais baratos na internet. 🙂

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Para começar, temos que descobrir quais são as companhias aéreas que oferecem o transporte para o país que pretendemos visitar. Utilizo o site decolar.com.br, que busca todos os voos e preços disponíveis para o lugar em questão e me ajuda em todas as viagens que faço. Para esse tutorial, escolhi a cidade de Estocolmo como exemplo, mas as dicas aqui se aplicam para qualquer destino.

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Como vocês podem ver, temos como opções a Air Canada, a KLM, a Air France e a United Airlines. Como a Air Canada e a United Airlines iriam exigir um visto de transporte (essas companhias fazem conexão no Canadá e nos EUA, respectivamente, e para fazer escalas nesses países é preciso ter a documentação necessária), optei por pesquisar mais profundamente as outras duas. Para as datas 03/12/2014 – 21/12/2014, obtive os seguintes resultados:

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Não são preços muito amigáveis, mas nos dão uma ideia geral de quanto precisaremos desembolsar. Na segunda parte, vamos pesquisar essas companhias mais a fundo e procurar por passagens mais baratas.

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Após visualizarmos quais empresas podem nos fornecer o serviço que precisamos, iremos acessar os seus sites oficiais e ver a que tipo de resultados teremos acesso. Para começar, entrarei no site da KLM.

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A pesquisa será a mesma: Estocolmo – partida em 03/12/14 e retorno em 21/12/14. Inicialmente não vemos muita diferença entre um site e outro, mas o portal oficial da companhia aérea permite que você compare os preços em diferentes dias do mês. E isso faz TODA A DIFERENÇA. Se mudarmos o dia de nossa volta para 23/12/14, chegamos a essa quantia:

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Isso mesmo, de R$ 3500 para R$ 2600! Não sei se vocês conseguem entender a magnitude disso, mas até me arrepia hahaha, é quase R$ 1000 de diferença! Para ilustrar, mostrarei também o processo de compra no site da Air France.

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Fica claro, portanto, que se você tiver disponibilidade e flexibilidade com a data de sua viagem, você poderá gastar muito menos na hora de adquirir a sua passagem aérea. Outros elementos podem diminuir ainda mais esse preço, como arriscar comprá-la com poucas semanas de antecedência (muitas empresas fazem promoções quando os assentos estão acabando) e contratar voos em datas alternativas, como natal, por exemplo. É importante lembrar também que é possível parcelar a compra, algumas companhias oferecem pagamentos de 5x ou 10x sem juros.

Agora quero saber de você, o que acha de viajar de avião? Já pagou muito barato por uma passagem? Deixe nos comentários! 🙂

Victor Fernandes Montalto

Como viajar sendo pobre

Sempre achei que esse conceito de Wanderlust era coisa de rico. Ter a possibilidade de jogar tudo para o alto e viajar por aí é privilégio de classe, porque a gente sabe que não é todo mundo que pode tirar um ano sabático na Índia ou ir para Paris para se recuperar de um fim de relacionamento. Mesmo assim, eu sou a prova viva de que é, sim, possível viajar com pouco.

Eu não tenho muito dinheiro. Tipo, não tenho MESMO, não é apenas uma força de expressão. Não quero menosprezar todo o esforço que minha família despendeu para me dar tudo do bom e do melhor, mas a verdade é que as coisas nunca foram muito fáceis para nós. Eu poderia dar vários exemplos que mostrassem isso empiricamente, numa espécie de ostentação ao contrário, mas vou poupar você (e a mim mesmo) desse tipo de conversa deprimente haha.

O fato é que toda vez que eu converso sobre viagens (e esse é um tema bem recorrente nas minhas rodas de conversa), eu ouço coisas como “queria ter dinheiro para isso” ou “nossa, mas isso deve ficar caro”. A minha resposta? “Não necessariamente”. O momento em que eu me descobri capaz de realizar esse sonho, mesmo sem ter nascido em uma família rica, foi literalmente um ponto de viragem na minha vida e hoje eu falo com bastante orgulho: “se você souber se planejar, é totalmente possível”. E é mesmo. Acredite em mim, se eu consigo, qualquer um com uma renda fixa por mês também consegue hahaha.

Na real, eu desenvolvi uma estratégia para conseguir sair por aí de vez em quando e ver com meus próprios olhos a beleza do nosso mundo. É sobre essa estratégia que eu quero falar hoje. 🙂

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Parto da premissa de que podemos ir para qualquer lugar que quisermos, basta montarmos um plano de viagem e programarmos nossas economias. O ato de viajar possui, como condição a priori, alguns gastos básicos, aqueles dos quais a gente não consegue fugir. Essas despesas são decisivas na escolha do país que pretendemos visitar. Pois bem, vamos a isso:

  1. Passagem aérea

O seu vôo vai representar cerca de 50% dos seus gastos totais com a viagem (eu inventei essa estatística, mas ó, grande parte do dinheiro investido vai aqui). Uma lógica muito simples define o seu preço final: quanto mais longe você vai, mais você vai pagar.

Sempre uso o site decolar.com.br para iniciar a minha pesquisa, visto que ele reúne os voos mais barato existentes para o país escolhido. Calculei a média de preços aproximada para alguns destinos, de modo a dar um panorama geral de quanto você terá que desembolsar nisso:

  • América do Sul: R$ 600 ~ R$ 1200;
  • Europa: R$ 3200 ~ R$ 3700
  • América do Norte: R$ 2800 – R$ 3200

Um dia vou fazer um post inteiro com um tutorial de como garimpar voos realmente baratos, mas por enquanto deixo duas dicas: 1. algumas companhias como KLM, Air Canada, Gol e Avianca oferecem pagamento de até 10x sem juros 2. sempre vejo promoções para meses de baixa temporada, como outubro e novembro, que valem muito a pena para quem tem disponibilidade nessas datas.

  1. Hospedagem

A hospedagem tem uma vantagem em relação à passagem aérea, pois ela possui opções baratas DE VERDADE, independente do pais escolhido. Eu sei que passar dias em um albergue com banheiros compartilhados não é a coisa mais confortável do mundo, mas é uma baita experiência e, o melhor, é BARATO. Duvida? Minha pesquisa, no booking.com, de 15 dias de hostels na Rússia, no Chile e na Suécia devolveram resultados de, em média, R$ 350!

Acho que o fator que vai definir mais precisamente o preço aqui será a moeda utilizada no pais destino, o que significa que as zonas do euro e do dólar tendem a ser menos em conta. Um jeito de não pagar tanto em grandes pontos turísticos é permanecer em cidades vizinhas deles, onde o pagar pela hospedagem não é tão caro. Para ilustrar, posso citar Jersey City, que fica há meia hora de New York City e possui diversos hostels e hotéis em conta.

  1. Documentação

São três os principais documentos necessários para sair do país, a saber, passaporte, seguro-saúde e visto. O lado bom do passaporte é que ele tem validade aproximada de cinco anos, ou seja, você não precisará arcar com esse custo (que está em torno de R$ 150,00) em todas as viagens que planejar. O seguro-saúde, por outro lado, é válido apenas para uma ocasião, mas é possível parcelar o seu valor (de R$ 100 a R$ 250) em até 6x sem juros, o que facilita muito.

O visto causa desconforto na maioria dos iniciantes e há algumas razões para esse fato: para consegui-lo é preciso passar por uma entrevista e ele custa relativamente caro, mais ou menos R$ 350. O lado bom é que existem diversos países, como a Polônia, que não exigem visto para viagens curtas.

  1. Dinheiro para levar

A quantia de grana levada para garantir a sua sobrevivência e a sua diversão em outro país vai variar de acordo com as suas prioridades e pela moeda vigente ali. Portanto, se você quiser comprar roupas/eletrônicos em euros, terá que levar um pouco mais de fundos do que alguém que está almoçando no McDonald’s e pagando em pesos. No entanto, eu diria que, em uma viagem de 20 dias desprovida de muito luxo, R$ 2000 ou R$ 2500 são mais que suficientes para uma pessoa (diria até que para duas, mas tenho receio dessa minha afirmação não ser bem aceita por vocês hahaha).

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Escolhi o México para usar como exemplo porque 1. é um país bem legal 2. não é tão caro quanto a Europa e nem tão barato quanto a América do Sul, portanto nos fornece uma idéia mais geral de como é se programar para algo assim. Segue o planejamento:

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O total de despesas é de R$ 2234 (voo) + R$ 2000 (para gastar lá) + R$ 316 (hostel) + 238 (seguro-viagem) = R$ 4787.

O planejamento é simples: Imaginemos que eu tenha a disponibilidade de guardar R$ 200 por mês. Em 10 meses eu terei salvo R$ 2000 para levar na viagem e, após esse tempo, posso comprar a passagem e o seguro-saúde em parcelas, que terminarei de pagar ano que vem. Como o México não exige visto para viagens curtas, só tenho que desembolsar mais R$ 317 para pagar o albergue. Ou seja, em um ano, mais ou menos, terei arranjado todo o dinheiro que precisava.

É claro que é possível criar outras estratégias, é só preciso visualizar o valor a ser investido e achar o melhor modo de chegar a ele. Como disse antes, acredito que é possível viajar para qualquer lugar do mundo, depende só de quanto dinheiro você tem para economizar por mês e quanto tempo você está disposto a esperar para finalmente viajar. Além disso, é preciso força de vontade para levar até o fim a programação, mas acredite em mim: vale muito a pena. 🙂

Mas e você? Para onde gostaria de ir? Já pensou em planejar uma viagem assim? Deixe nos comentários! Te digo que se houver UMA pessoa que se inspire de algum jeito lendo esse texto, já sentirei aquela sensação de dever cumprido.

Victor Fernandes Montalto